
Em causa está a decisão da TAP de pôr fim aos voos directos entre esta Região Autónoma e as diversas capitais europeias.
Até agora, quem viesse da Madeira para uma qualquer capital europeia, ao fazer uma escala técnica no aeroporto da Portela, permanecia no avião até que este seguisse para o destino final.
Para além do tempo e incómodo que tal medida representa, acresce um aumento das despesas para o passageiro que vai ter de pagar novas taxas aeroportuárias.
Alberto João Jardim não hesita em demonstrar a sua indignação perante «estas dificuldades todas que estão a ser criadas à Madeira, tratando-se de uma empresa de bandeira, uma empresa do Estado, o Estado tinha a obrigação de intervir».
O presidente do Governo Regional vai mais longe ao denunciar que «estamos aqui com um escândalo de preços, comparando a distância entre Lisboa e o Funchal com outras iguais distâncias na Europa. Os preços são altamente penalizadores quer para os que residem na Madeira, quer para os cidadãos do continente que se deslocam à Madeira».
Alberto João Jardim não esquece episódios recentes que o opuseram ao Executivo e que o levaram mesmo a provocar as primeiras eleições antecipadas na ilha.
Assembleia Regional aprova
O Parlamento Regional secundou o presidente do Governo Regional e, por iniciativa do grupo parlamentar do CDS/PP aprovou por unanimidade um voto de protesto contra a decisão de extinção pela TAP das ligações entre a Madeira e as várias capitais europeias.
À apresentação deste voto associou-se o presidente da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, Miguel Mendonça, que alertou estar em causa não apenas «uma questão financeira, mas também a mobilidade».
Diz o voto aprovado que «a Assembleia Legislativa da Madeira, directa representante do povo da Região, protesta contra a decisão da TAP de acabar com as ligações directas entre a Madeira e várias capitais europeias e apela ao Governo da República para que intervenha, garantindo melhores serviços da TAP à Região autónoma».
Todas as bancadas parlamentares representadas no Parlamento Regional associaram-se ao voto. O deputado Jaime Leandro, eleito pelo Partido Socialista, apelou ao Governo Central para que seja mais interventivo.
São dificuldades técnicas que
A decisão da transportadora nacional em acabar com os voos directos entre a Madeira e as diversas capitais europeias prende-se com dificuldades operacionais no aeroporto da Portela em Lisboa.
Esta é pelo menos a razão apresentada pela TAP.
«O aeroporto da Portela tem limitações que são conhecidas como o número de pistas, o estacionamento dos aparelhos e de espaço para check-in», adiantou António Monteiro, porta-voz da TAP que acrescenta que «tudo isto cria dificuldades em manter o produto».
A empresa afirma que a situação de mudança de avião não é inédita e já vinha pontualmente a acontecer. A TAP terá por isso decidido acabar com aqueles voos para dar «mais transparência e não prejudicar o passageiro».
António Monteiro garante que a empresa vai ter em breve um voo directo entre a Madeira e Londres e conta ter no Verão outro voo directo com destino a Madrid.