O social-democrata, e madeirense, Guilherme Silva não gostou de saber que o primeiro-ministro ia visitar a ilha neste momento.
«É claro que o primeiro-ministro tem o direito de visitar a Madeira, mas é impossível deixar de observar este gesto como algum oportunismo eleitoralista. Espero que esteja enganado, mas talvez o primeiro-ministro possa modificar a forma de apreciar e intervir a forma como trata os assuntos madeirenses», disse à TSF.
José Sócrates visita a Madeira sexta-feira de manhã e tem previstos encontros com o ministro da República, com o presidente do Governo Regional da Madeira, com alunos de uma escola no Funchal onde irá distribuir computadores Magalhães e um almoço com empresários madeirenses ligados, sobretudo, ao sector do turismo.
Alberto João Jardim já se pronunciou sobre esta visita, a qual ajudou a preparar juntamente com o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, que é quem tem o dossiê das Regiões, para dizer que o primeiro-ministro será bem-vindo e recebido de «braços abertos» na Madeira.
Esta é a primeira vez que Sócrates visita como primeiro-ministro a Madeira, desde que assumiu o cargo em 2005.
Neste período, apenas fez uma deslocação à Madeira na qualidade de secretário-geral do PS para apresentar a sua moção no penúltimo congresso do partido.
Entre Alberto João Jardim e José Sócrates já houve muita troca de críticas e acusações, estando no epicentro da discussão a "famosa" e fortemente constestada lei de Finanças Regionais, que veio diminuir as transferências financeiras para a Madeira.
Devido a esta lei, Alberto João Jardim pediu, numa atitude completamente inédita, a demissão de presidente do Governo a 19 de Fevereiro de 2007, forçando o Presidente da República a convocar eleições antecipadas para o dia 6 de Maio.
O PSD-M venceu essas eleições com o seu segundo melhor resultado de sempre, o PS-M foi o grande derrotado naquela noite, o que levou à demissão do então líder do PS-Madeira, Jacinto Serrão.