Um empresário chinês foi detido esta semana no Porto Santo pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), três meses depois de ter sido visado por um abaixo-assinado subscrito por empresários da ilha.
A operação culminou em Tribunal na passada quarta-feira com a aplicação da medida de coacção de identidade e residência até a sua expulsão, e teve como primeira consequência o encerramento da loja de pronto-a-vestir onde trabalhava com familiares e que tanto deu que falar na ilha.
Três meses antes, quando o comerciante se preparava para abrir o negócio, 90% dos empresários porto-santenses do ramo de pronto-a-vestir e acessórios puseram a circular um abaixo-assinado contra a abertura de mais uma loja chinesa.
"Uma invasão"que "põe em risco os estabelecimentos existentes e os postos de trabalho", dizia o documento entregue na autarquia porto-santense. O abaixo-assinado chegou também à Associação Comercial e Industrial do Porto Santo (ACIPS) que, de forma célere, tratou de encaminhar a reivindicação do tecido empresarial do sector para o SEF, para a Inspecção das Actividades Económicas e para a Direcção Regional dos Assuntos Fiscais.
As diligências deram frutos. Não no primeiro mês, nem no segundo, mas no terceiro. Não através da Inspecção das Actividades Económicas nem da Direcção dos Assuntos Fiscais, mas através do SEF. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras deteve o comerciante chinês por permanência ilegal no país, levou-o a Tribunal e agora espera-se a sua expulsão. O SOS Racismo estranha esta actuação, acusando o SEF de ceder a pressões populistas.
Fonte: Texto da autoria integral do semanário Expresso