A relação da indústria do turismo com a Madeira é longa, tendo nascido quando alguns médicos ingleses e alemães prescreveram aos seus pacientes ricos, e alguns até famosos, uma temporada na ilha, para desfrutarem dos benefícios do seu clima ameno durante o Inverno.
Os primeiros registos das viagens à Madeira remontam aos finais do século XVIII, mas foi a partir do século XIX que o turismo começou a ter alguma expressão na economia local, aumentando ao longo do século XX, até que se tornar na principal actividade económica insular, especialmente no último quartel do século passado.
O turismo na Madeira está, de certo modo, associado à riqueza e à fama, o que até há bem pouco tempo contrastava com a pobreza a que a maioria dos madeirenses estava sujeita.
Encontrando-se na rota dos grandes transatlânticos e apresentando paisagens de cortar a respiração, a Madeira foi, e ainda hoje é, visitada por muitas celebridades e elementos da realeza europeia. O Príncipe Eduardo VII, as imperatrizes Sissi e Leopoldina da Áustria, Winston Churchill, Chamberlain, Bernard Shaw, Gregory Pack, o Rei Carlos Gustav XVI e a Rainha Sílvia da Suécia, bem como o Rei Juan Carlos e a Rainha Sofia de Espanha são algumas das personalidades que já passearam pela cidade do Funchal.
O Reids Palace acolheu a maioria destes ilustres hóspedes. Fundado em 1891 por William Reid, o hotel de cinco estrelas é um dos mais prestigiados e antigos da ilha e goza de um grande reconhecimento internacional.
Ao longo do século XX, o turismo na Madeira sofreu um assinalável crescimento, registando nos últimos anos uma média de ocupação hoteleira superior a 60%, apesar de nas últimas décadas o número de camas ter subido consideravelmente, fixando-se nas actuais 31 mil, 2.000 das quais na ilha do Porto Santo.
Com apenas 740 km2, a Madeira apresenta uma assinalável oferta turística.
A maneira mais comum e rápida de chegar à ilha é por avião, mas também pode ser feita através de um navio de cruzeiro – o Funchal é o porto mais importante do País, neste segmento – ou através do navio do armador espanhol “Naviera Armas”, (www.navieraarmas.com) que retomou as ligações marítimas regulares de passageiros entre o continente europeu e o arquipélago madeirense, paradas há décadas.
O “Armas”, como é conhecido o navio, faz a ligação entre Portimão e a Madeira, ida e volta, por 156 euros, segundo os preços fixados para o mês de Julho. Se o passageiro optar por fazer a viagem num camarote, o preço sobe. Também aumenta para quem queira levar o carro, no caso para 356 euros.
Já os preços de avião oscilam mais em função da data da procura e da antecedência da compra/reserva. Com a liberalização do espaço aéreo nacional e a entrada da companhia EasyJey (www.easyjet.com) nas ligações regionais, a concorrência fez as tarifas baixaram significativamente. A TAP (www.tap.pt) oferece no mês de Julho de 2010, por 160 euros, uma viagem de ida e volta à Madeira, enquanto que a mesma viagem, se for agora marcada para o início de Outubro, fica por apenas 142 euros.
A Easyjet apresenta preços ligeiramente mais baixos, ficando a mesma viagem em Julho por 146 euros, já com seguro e mala de porão incluídos. Em Outubro, se for marcada agora, fica por apenas 93 euros. Importa, no entanto, esclarecer que estes valores variam sempre em função de vários factores, nomeadamente da proximidade da data da viagem.
O parque hoteleiro da Madeira é muito variado. A maior parte das camas são em hotéis de quatro e cinco estrelas, mas há unidades mais pequenas e baratas que podem revelar-se experiências muito interessantes.
Hotéis Funchal:
* 5 estrelas:
Reid’s Palace (www.reidspalace.com);
Royal Savoy (savoyresort.com/pt/royal-savoy);
Palheiro Village.
* 4 estrelas:
Quinta Bela de São Tiago (http://www.quintabelasaotiago.com);
Hotel Raga (http://www.hotelraga.com);
Hotel Four Views Baia (www.four-views-baia.com).
* 3 estrelas:
Aparthotel Imperatiz;
Dorisol Florasol (www.dorisolflorasolhotel.com/pt).
Fora do Funchal:
* 5 estrelas:
Quinta do Estreito Vintage House (www.quintadoestreitomadeira.com) – Estreito de Câmara de Lobos.
* 4 estrelas:
Vila Galé Santa Cruz (http://vilagale-santa-cruz.h-rsv.com) - Santa Cruz;
Paul Do Mar Aparthotel (www.paul-do-mar-aparthotel.com) – Calheta;
Quinta Splendida Wellness & Botanical Garden (www.quintasplendida.com) – Caniço.
* 3 estrelas:
Hotel Euro Moniz (www.euromoniz.com) - Porto Moniz;
Hotel Dom Pedro Garajau (www.dom-pedro-garajau.com) – Machico.
Porto Santo:
* 5 estrelas:
Pestana Porto Santo (www.pestana-porto-santo.com) - Único na ilha.
* 4 estrelas:
Hotel Vila Baleira Thalassa (www.vilabaleira.com);
Porto Santo Hotel & Spa (www.hotelportosanto.com);
Hotel Torre Praia (www.hoteltorrepraiaportosanto.com).
* 3 estrelas:
Paraíso Dourado (www.paraisodourado.pt);
Hotel Praia Dourada (www.hotel-praia-dourada.com).
Actualmente, a Região Autónoma da Madeira oferece um conjunto muito diversificado de actividades para os turistas, nomeadamente as famosas e tradicionais caminhadas pelas levadas da Madeira – a ilha tem cerca de 2.000 quilómetros de levadas -, os passeios de barco, onde é possível observar cetáceos, como baleias ou golfinhos, ou uma viagem na réplica da nau Santa Maria, usada pelo navegador Cristóvão Colombo na descoberta da América. Em suma, no meio de tanta opção, difícil é escolher o que fazer.
Nos últimos anos as actividades no mar ganharam importância no turismo e hoje já apresentam várias ofertas.
Eis algumas:
Passeio junto à costa na Nau Santa Maria – Reservas a partir dos números 291 220 327 ou 291 225 695. Preço: 30 euros, por pessoa;
Pesca Desportiva – Informações nos quiosques da Marina do Funchal;
Surf - A modalidade pode ser praticada no Jardim do Mar, no Paul do Mar e em São Vicente;
Mergulho – empresas que operam neste ramo:
Madeira Oceano’s (918 479 922)
Tubarão Madeira (965 011 126);
Terras da Aventura (29 177 6818).
Outro contacto com o mar é através do navio Lobo Marinho, que assegura as ligações entre a Madeira e o Porto Santo.
A viagem custa cerca de 52 euros, ida e volta, e dura duas horas e meia, sensivelmente. As partidas do Funchal podem ocorrer de manhã ou à tarde, pelo que o viajante deve verificar previamente a lista disponível em www.portosantoline.pt.
A praia é, sem margem para dúvidas, o “ex libris” do Porto Santo, mas nos últimos anos verificaram-se esforços no sentido de encontrar outras razões para visitar a ilha. Talvez o Campo de Golfe seja a atracção mais importante, logo a seguir aos 9 km de areal dourado.
Mas aquela ilha também tem para oferecer passeios a pé, um complexo de ténis, um zoo de aves, e alguma diversão nocturna, sobretudo na zona do “Penedo do Sono”, próxima à marina do Porto Santo.
Conhecido pela sua segurança e tranquilidade, o Porto Santo transforma-se, no entanto, nos meses de Verão, época em que quadruplica o número de pessoas, passando dos cerca de 5.000 residentes para as mais de 20.000 pessoas.
Nesta estação, a calma e o sossego dão lugar a discoteca ao ar livre e grande movimento à noite, especialmente de jovens. Os madeirenses são quem mais procura a ilha, apesar de estar a ser descoberta por cada vez mais continentais, bem como por estrangeiros, nomeadamente italianos.
O Porto Santo já beneficia de boas condições de alojamento, bem como de um leque suficiente de restaurantes.
Eis alguns:
Restaurante Equestre/Hipical Bar: 291 983 258 (Extremo Oeste da ilha);
Restaurante O Forno: 291 985 141 (Centro da Vila);
Restaurante Estrela do Norte: 910 501 609 (Camacha);
Um Cantinho do Céu: 291 098 174 (Centro da Vila).
Com alguma frequência, os visitantes queixam-se de que os preços na restauração porto-santense são acima dos praticados, por exemplo, na Madeira, pelo que é sempre importante olhar para a carta antes de pedir a refeição.
O regresso à Madeira pode realizar-se no navio “Lobo Marinho”, mas também pode ser feita de avião, através da SATA (www.sata.pt), que assegura as ligações.
Por exemplo, no mês de Julho de 2010, uma viagem de ida e volta, entre a Madeira e o Porto Santo, pode custar 121 euros.
Ao chegar à Madeira, o visitante volta a ter um leque diversificado de opções.
Se quiser começar por cima, pode fazê-lo através da companhia “Flying Experience”, que proporciona uma viagem de 10 minutos sobre a baía do Funchal, por 195 euros.
Se o visitante optar por ir mais longe e quiser avistar o Curral das Freiras terá de desembolsar 300 euros, por pessoa. Mas se a vontade é passear de helicóptero por toda a ilha durante 45 minutos então o custo eleva-se para os 900 euros, por pessoa. Importa referir que o aparelho só levanta com o mínimo de três passageiros.
Depois de experimentar os céus da Madeira, o visitante pode ver mais de perto a beleza verdejante madeirense, realizando um dos muitos passeios pelas levadas. A maioria das pessoas não recorre a ajuda, fazendo os passeios aos casais ou em grupos de amigos, mas quem quiser pode fazer uma excursão orientada por especialistas. Nos percursos de média duração, o serviço custa, em média, 34 euros, com direito a uma refeição ligeira.
Passeios nas levadas:
Rabaçal (25 Fontes) – Percurso de 8 quilómetros (km);
Ribeiro Frio/Portela – Percurso de 12 km;
Caldeirão Verde – 14 km;
Pico do Arieiro/Pico Ruivo – 5 km;
Machico/Boca do Risco/Porto da Cruz – 10 km.
É importante usar calçado e roupa adequados.
Depois de tanto percorrer e já restabelecido o conforto e as energias no hotel, o visitante tem, novamente, muito por onde escolher no que toca a restaurantes.
Pode decidir pela tradicional cozinha madeirense ou portuguesa, mas também pela estrangeira, uma vez que hoje o Funchal tem restaurantes japoneses, chineses, paquistaneses, indianos, brasileiros, mexicanos, italianos, etc..
Os restaurantes chineses e japoneses mais procurados e apreciados pelos madeirenses são os localizados no Centro Comercial Monumental Lido.
Ali perto existem também restaurantes indianos e paquistaneses. Os restaurantes brasileiros encontram-se mais em Centros Comerciais, como o Madeira Shopping ou o Forum Madeira.
Na escolha da tradicional espetada madeirense, os funchalenses optam na maior parte das vezes por irem para Câmara de Lobos, por ser neste concelho onde são feitas as mais saborosas. Depois de vários anos a ser o “número 1” nas preferências madeirenses, o restaurante “Santo António” (291 910 360), no Estreito de Câmara de Lobos, tem vindo a perder terreno ultimamente para o rival “O Largar” (http://www.olagar.com.pt), localizado no mesmo concelho. Quem mudou de preferência diz que a razão se deve à qualidade da carne, que n’ “O Lagar” melhorou consideravelmente suplantando a qualidade da do “Santo António”.
A umas escassas centenas de metros deste restaurante encontram-se as “Vides” (291 945 322), outro restaurante conhecido pela sua boa espetada.
Apesar de no particular da espetada Câmara de Lobos ganhar ao Funchal, de acordo com o gosto dos funchalenses, a capital da Madeira tem uma oferta considerável de restaurantes com comida típica.
Eis alguns típicos:
O Miradouro: 291 742 165 (em São Roque);
A Montanha: 291 793 182 (Estrada Conde Carvalhal);
Londres: 291 235 329 (Baixa da cidade);
A Casa do Vizinho: 291 281 515 (junto ao Centro Comercial Olimpo);
Grill Zarcos: 291 795 599 (Estrada Conde Carvalhal).
Especializados em peixe:
Doca do Cavacas: 291 762 057 (Zona do Centromar);
O Barqueiro: 291 761 229 (Zona do Centromar);
Jaquet: 291 225 344 (na Rua Santa Maria, na zona histórica do Funchal);
Bar Amarelo: 291 961 798 – (Caniçal).
Preço moderado a médio:
Restaurante Espada Preta: 291 948 439 – (Câmara de Lobos);
Xaramba: 291229 785 – Zona Velha do Funchal;
Solar d’Ajuda (inclui especialidades mexicanas): 291613 814(Ajuda, Funchal);
White House: 291 761 450 (Zona turística do Funchal);
O Almirante: 291 224 252 (Zona histórica do Funchal).
Preço mais elevado:
O Molhe: 915 193 034 (Cais dos navios de Cruzeiro, “Pontinha”);
Restaurante Do Forte: 291 235 470 (Zona Velha do Funchal);
Tokos: 291 771 019 (Zona Hoteleira do Funchal);
Brasserie: 291 763 325 (Promenade do Lido);
Golden Gate: 291 234 383.
Primeira Classe:
Quinta Palmeira: 291 221 814 (Centro do Funchal)
Villa Cipriani: 291 717 171 (Junto ao Reids Hotel)
E quase todos os hotéis de quatro e cinco estrelas têm restaurantes de elevada qualidade.
Sendo terra turística há mais de um século, a Madeira tem um conjunto de atracções, quer naturais, quer cartazes criados pelas autoridades locais.
Nas paisagens e sítios de interesse, os visitantes podem conhecer o Pico dos Barcelos, a partir do qual se obtém uma excelente panorâmica do Funchal, conhecer as Plantas do Jardim Botânico (www.sra.pt/jarbot) e a Quinta Monte Palace, onde é possível apreciar um sem-número de plantas exóticas oriundas de vários continentes numa bela “quinta” próxima ao centro da freguesia do Monte.
O Monte é, por si, um local de grande atracção turística, pelas suas paisagens verdejantes, a igreja e vários outros motivos de interesse. Muitos visitantes experimentam maneiras diferentes de lá chegar, substituindo o autocarro, o táxi ou o veículo particular pelo teleférico ou até pelo carrinho de cestos, na descida.
Viagem de teleférico: Adulto – 10 euros (ida) ou 15 (ida e volta);
Criança (dos 4 aos 14 anos) – 5 euros (ida) ou 7,50 euros (ida e volta).
Apesar do teleférico que liga a baixa da cidade ao Monte ser o mais conhecido, actualmente a Madeira tem vários teleféricos e elevadores, os quais se constituem alternativas interessantes para conhecer a ilha:
Teleférico da Achada da Cruz
Teleférico do Rancho
Teleférico do Monte – Jardim Botânico
Teleférico de Santana
Um passeio pela ilha da Madeira implica paragens obrigatórias na Ribeira Brava, onde se encontra o Museu Etnográfico da Madeira, e na pitoresca vila de São Vicente, onde os turistas podem conhecer as Grutas e o Centro de Vulcanismo de São Vicente (www.grutasecentrodovulcanismo.com).
Entre um e outro concelho, encontra a famosa Poncha, na freguesia da Serra de Água, na Ribeira Brava, frequentada essencialmente por madeirenses. É um dos locais de eleição dos locais para provar esta típica bebida madeirense.
Seguindo viagem e já depois de passar por São Vicente e Porto Moniz, conhecido pelas suas piscinas naturais (291 850 190), o visitante entra em Santana, a única cidade na costa norte da Madeira e a última a ser criada.
É no concelho de Santana que está o Parque Temático da Madeira (www.parquetematicodamadeira.pt).
O parque oferece uma viagem pelos sentidos, que atravessa a fronteira da memória e da tradição, sobrevoa a natureza e termina onde a imaginação do visitante a levar. O parque mostra as tradições e os hábitos dos madeirenses e retrata, com fiel exactidão, a vida deste povo.
Ao contrário do Porto Santo, a Madeira não tem nenhuma praia de areia amarela natural. Actualmente, existem duas praias artificiais de areia dourada, na Calheta e em Machico, e ambas são muito procuradas. O acesso é grátis a qualquer uma delas.
Ao longo dos anos, os madeirenses têm optado por frequentar complexos balneares – os três mais importantes do Funchal são o Lido (inactivo no Verão 2010 devido ao temporal de 20 de Fevereiro), a Barreirinha e a Ponta Gorda -, deixando cair o hábito de estender a toalha sobre os calhaus de basalto, que caracterizam as praias madeirenses. Ainda assim, a Praia Formosa continua a ter uma procura considerável de banhistas, talvez por ser a única grande praia no Funchal com acesso gratuito.
A vida nocturna no Funchal acontece, em regra, apenas ao fim-de-semana, sendo o sábado o dia mais concorrido. Os noctívagos actualmente elegem o “Molhe”, o “Chega de Saudade”, o “Jam”, o “Marginal”, o Café do Teatro”, o “Mini Eco Bar”, a “Poncha N.º 2” (Lido) e as Vespas como os locais preferidos.
Porém, nas épocas de Verão os jovens madeirenses retomaram hábitos que durante vários anos estavam perdidos, frequentando arraiais. Entre os mais novos, os arraiais mais concorridos são o dos Lameiros, no início de Agosto, e as festas de São Vicente, que ocorrem no final desse mês. Há ainda a Festa do Monte, a meio do mês de Agosto, e a da Ponta Delgada, no início de Setembro.
Sendo a Madeira uma terra de “festas”, o difícil é chegar à ilha numa altura em que não haja qualquer evento. O site da Secretaria Regional do Turismo e Transportes (www.madeiratourism.org) pode ser uma boa forma de saber o que há na data em que pretende visitar a “Pérola do Atlântico”.