No espaço de um ano a posição do empresário madeirense Joe Berardo no maior banco privado português, o BCP, desvalorizou cerca de 350 milhões. O investidor madeirense é o maior accionista individual do banco e tem actualmente, de acordo com os últimos dados disponíveis, uma participação de 6,18% no capital do BCP. O “tombo” na carteira de Joe Berardo reflecte a conjuntura dos mercados accionistas e a crise que assolou o BCP no último ano.
Em Julho de 2007, as acções do banco cotavam nos 3,14 euros, o que avaliava a sua participação de 5,96% em 673,7 milhões de euros. Actualmente, cada acção do banco custa 1,145 euros, o que avalia os 6,18% do accionista na instituição bancária em cerca de 325,5 milhões de euros. Feitas as contas, o investidor tem uma menos-valia potencial de 348,2 milhões de euros.
No mesmo período, últimos doze meses, as acções do banco liderado por Carlos Santos Ferreira recuaram 63,5%. E só este ano, a cotação do BCP já desceu 56,4%.
A tensão nas bolsas tem afectado o sector da banca e o BCP não é excepção. Prova disso são os resultados apresentados no primeiro semestre deste ano, que desceram 67%, reflectindo a desvalorização de quase 10% no BPI.
Para além disso, resolvida a guerra de poder entre Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto, eleita uma nova administração e reconhecidas as perdas na participação do BPI, os accionistas do BCP esperavam que os títulos reflectissem o regresso à paz. Mas, pelo contrário, o BCP já perdeu metade do seu valor, sendo afectado pela crise financeira quando a crise institucional se começava a amenizar.
Berardo fez fortuna a comprar e vender participações em empresas. Em entrevista ao Diário Económico, em Junho de 2007, o investidor confessou: “quando perco, saio”. Berardo vendeu a participação na Teixeira Duarte e na PT. Na Zon Multimédia é o sexto maior accionista, com 4,34% do capital.
Texto da autoria integral do Diário Económico