Alberto João Jardim desafiou ontem, na festa anual do PSD/Madeira, no Chão da Lagoa, o primeiro-ministro, José Sócrates, a provar que está a falar a verdade ao país, "fazendo já o que promete para depois das eleições".
"Eu, Alberto João Jardim, desafio o engenheiro Sócrates, que anda a dizer que vai fazer isto e aquilo, que em vez de prometer a dois meses das eleições, pode já fazê-lo. Ele que prove ao país que não está a mentir e faça já, dois meses antes, o que está a anunciar para depois das eleições", disse.
Jardim falava ontem no tradicional percurso pelas cerca de 60 barracas de comes-e-bebes, representando as 54 freguesias da região e as diferentes estruturas do PSD/M, convivendo "com o povo", entre alguns goles de bebida e petiscos.
Considerou que a ausência da líder nacional do partido, Manuela Ferreira Leite, por motivo de doença, naquela que é considerada a maior concentração popular no arquipélago empobreceu a festa.
"Eu não insisti e entendi que era preciso resguardar e não se podia exigir a uma pessoa que está com febre que viesse", sublinhou.
"A festa fica mais pobre porque ficava mais rica com a presença da líder do partido, até porque apesar de não gostarem, ela vai ser a primeira-ministra de Portugal", declarou.
O líder madeirense argumentou também que "o PSD neste momento não é governo, por isso não é problema".
"Em 2011, espero estar na barraquinha das minha freguesia (Santa Luzia)", ironizou.
No planalto do Chão da Lagoa, nas serras sobranceiras à cidade do Funchal, num dia escaldante, com a temperatura a rondar dos 30 graus, cerca de 40 mil pessoas estavam concentradas na festa anual do PSD/M, segundo a organização.
Quando ao início da tarde o líder do PSD-Madeira subiu ao palco, apelou ao partido a nível nacional para que se "deixe do politicamente correcto", por forma a derrubar José Sócrates nas próximas eleições.
"Leve para Lisboa esta mensagem, acabem com o politicamente correcto, acabem com as ideias feitas, tenham a coragem e a visão para fazer um novo Portugal", pediu o líder insular ao secretário-geral do partido, Marques Guedes, na festa comício do PSD-M, no Chão da Lagoa.
Alberto João Jardim tinha tomado como exemplo a política que Salazar seguiu, para justificar que o equilíbrio orçamental, estratégia sempre criticada pelo governante da Madeira, nunca foi a melhor opção para o país sair da crise.
Jardim considerou que, caso o partido se consiga libertar desta estratégia, esta será a melhor opção para lutar eleitoralmente contra José Sócrates e contra "as forças de esquerda".
"O PSD é a única alternativa para pôr Sócrates na rua e travar os comunistas porque, não tenham ilusões, se continuarem as organizações comunistas e, no continente, estas alcançarem 20 por cento dos votos, não se vai poder controlar democraticamente a rua",
concluiu.
Fonte: Texto da Agência Lusa (Adaptado)